quarta-feira, 27 de maio de 2009

E qualquer semelhança não é mera coincidência...

Pois é galerinha,

Vejam que o nosso amado Renato Russo, armado com sua inteligência poética, se muniu da primeira carta de São Paulo aos Corintios, juntamente com o poema de Luis de Camões e compôs para nós Monte Castelo. Ouçam a música e leia a letra. Beijinhos,

Monte Castelo
Legião Urbana

Composição: Renato Russo (recortes do Apóstolo Paulo e de Camões).

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor, eu nada seria...
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja
Ou se envaidece...
O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...
É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...
Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

E falando no Amor...

Amor é fogo que arde sem se ver
Luis Vaz de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver,é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
I Corintios - Capitulo 13

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal;não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade;
tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos;
mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, pensava como menino;
mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face;
agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.

Contando Causos....

Um dia uma bela princesa se transforma em uma triste senhora, abatida e acometida pelos sustos da vida. Insegura, não tinha certezas, caminhava só, perdida em seus pensamentos.
Hoje a triste senhora ainda vaga pelas ruas, sonhando em encontrar seu lindo castelo, um mundo melhor.
Sonha com sonhos de criança inocente e feliz.
Sonha vagando pelos sustos que a vida lhe traz.
E, se aproxima da morte.
A morte do amor que nunca sentiu.
Triste senhora princesa sonhadora que hoje se aproxima do final de sua vida sem encontrar o amor.
Princesa senhora triste e medrosa, esquece do amor que foi pra sempre reservado para si, que a faz acordar todos os dias para sem nada dizer, vagar em busca do horizonte perdido.
O amor que a faz sorrir ao ver a alegria de uma criança ou os olhos de um casal apaixonado.
Grande final, medrosa princesa senhora, sempre sonhadora, menina assustada que ao sentir a brisa em seu rosto percebe que o velho amor sempre esteve ali ao seu lado a espera de que um dia, a princesa sonhadora abrisse seus olhos e o visse ali, a lhe aguardar
.

Gente, o amor existe!
Só depende de vocês para enxergá-lo.
Amem, amem muito,
amem todos.
E principalmente:
Se amem.
Beijinhos

Um pouquinho de cultura... Fernando Pessoa

Navegar é Preciso
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.